Foi no ano seguinte que Ernesto de Sousa organizou na Grafil-Galeria de Arte Cooperativa, uma exposição denominada “18 x 18 – Nova Fotografia” [...]

Ficha

Título

Foi no ano seguinte que Ernesto de Sousa organizou na Grafil-Galeria de Arte Cooperativa, uma exposição denominada “18 x 18 – Nova Fotografia” [...]

Resumen

Foi no ano seguinte que Ernesto de Sousa organizou na Grafil-Galeria de Arte Cooperativa, uma exposição denominada “18 x 18 – Nova Fotografia” [...]

Transcripción

Foi no ano seguinte que Ernesto de Sousa organizou na Grafil-Galeria de Arte Cooperativa, uma exposição denominada “18 x 18 – Nova Fotografia”, de 31 de Maio a 17 de Junho de 1978, com uma edição também no Porto, no Centro de Arte Contemporânea do Museu Soares dos Reis, inaugurada no dia 2 de Agosto. No convite feito aos artistas170, assinado por Monteiro Gil, explicava-se a razão do nome da exposição. As imagens tinham de ter um formato de 18 x 18 cm e podia ser entregue um único trabalho, ou no máximo “um conjunto constituído por 3 elementos (18x18) na horizontal e por 3 elementos (18x18) na vertical” (Biblioteca Nacional, espólio D6, documento 1.5.5, caixa 30).
O catálogo da exposição era acompanhado por uma folha policopiada da autoria de Ernesto de Sousa, denominado de “A «Nova» Fotografia”171 (Sena, 1998:312-316), que, começando por invocar as vanguardas históricas, projecta na memória, no desejo e na suspensão do olhar (“a fotografia não imita o olhar, suspende-o”), a afirmação de uma nova maneira de encarar a imagem fotográfica que ele próprio, pôs em prática na utilização de provas de contacto em “Revolution My Body nr.1” e “Revolution My Love nr.3”, nas autobiografias (“Este é o Meu Corpo nr.3” e “Este É o Meu Corpo nr.4”), ou mesmo na instalação “Olympia”, podendo considerar-se este texto como um suporte teórico das suas imagens.
Para Ernesto de Sousa a fotografia “fundamentalmente tem muito pouco a ver com a aparência formal, com a beleza pictoral, o modo perceptivo. É uma antipintura. Mas mesmo neste caso as coisas não são tão simples e há novas investigações no domínio perceptivo que são propriamente fotográficas ou da nova fotografia”. Este deslocamento da concepção da fotografia como representação - ligada a um determinado formalismo - para o domínio da percepção, abriu um campo bastante mais vasto à sua prática explorado por Ernesto de Sousa.
É de recordar que a exposição “18 x 18 – Nova Fotografia” ocorreu no ano a seguir à “Documenta 6” de Kassel, visitada por Ernesto de Sousa, e em que a fotografia teve um papel de grande visibilidade. No entanto, há que dar todo o mérito a este texto do autor, que se inscreve como um dos únicos na altura que reflecte sobre a ontologia da imagem fotográfica.

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131-132

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